quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Felicidade clandestina é amigo novo e poesia antiga

Amigos recentes, restaurante novo e causos frescos. Mas uma rodada de declamação de poesia antiga é o melhor batizado para amizade que quer vingar. E a noite termina com chá servido com bulé acima da cabeça do garçom, ao som de Cartola. Um espetáculo para deixar no chinelo até os chás de Alice no seu País das Maravilhas.

E eu sempre me safo com Pessoa...

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

4 comentários:

  1. Bom lembrar de pessoa num dia de cabeça zonza como hoje, Juju.

    Beijos, thanks por isso,

    Bela - A Divorciada

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  2. Belinha, torcendo procê ficar de cabeça boa!! Beijoca

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  3. É, parece que não sou só eu que estou com a cabeça zonza.
    Muita informação, bom terminar a noite com chá, a minha terminou com whisky
    bj

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  4. Ok, confesso. Rolou um vinhozinho antes do chá.

    Beijoca

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