domingo, 26 de outubro de 2014

Meu não-lugar

Estou num momento bem tenso de vida profissional e pessoal. Eu deixo que essas oscilações momentâneas me tornem uma pessoa chatérrima. No trabalho e na família, ao invés de oferecer o melhor de mim para inspirar as pessoas que comigo também estão atravessando as dificuldades, comecei uma cobrança sistemática e dura que tem se mostrado nada efetiva. Tomei o caminho mais habitualmente tomado por chefes ou irmãs mais velhas. Acreditando na ilusão de botar o mundo ao meu jeito com meia dúzia de regras, metas e ordens.

Crenças inspiram e movem pessoas. Os verdadeiros líderes são porta-vozes de crenças. Entretanto, nesse processo de me tornar uma monstrinha tirana, estou desgastada e perdi o foco no que justamente acredito, ajudar as pessoas a interagir de forma colaborativa para que todos objetivos fiquem mais leves de serem alcançados.

Agindo tão mal, eu me sinto num grande não-lugar, como se estivesse numa enorme sala de espera, sem interagir de verdade com ninguém, folheando revistas sem interesse, apenas aguardando ansiosa que o tempo passe e as dificuldades terminem. É vergonhoso, eu sei! Junto com o tempo e as dificuldades a vida passa também, sem significado.

As crises na empresa, doença na família deveriam ser apenas oportunidade para treinar uma mente tranquila e paciente. Afinal, só a mente apaziguada alcança, segundo Buda, o desejo de todos os homens: ser feliz e parar de sofrer (e perder 5 quilos, eu acrescentaria).

Ainda preciso de muitas lições para avançar na riqueza dos ensinamentos da vida e torcer para não ficar de dp para a próxima encarnação.