terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
À francesa para 2015
Eu tentei. Mas acho que o texto acima não faria a alegria da minha família festiva e ultra chapada na virada do ano. Se fosse fácil assim, teria seguido a carreira de jornalismo. Eu só escrevo um mísero blog, mamis.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Tô voltando
Foram muitas contas refeitas na minha HP12C por que meus dedos gordos sequer acertavam as teclas. Para quem errava em regra de três, já pago de gatinha sacando minha calculadora para calcular o retorno do investimento (mentira, calculo coisas bem mais básicas).
E como se tivesse passado um tempo buscando água em Marte (exagerada), põe meia dúzia de Brahma pra gelar, que eu tô voltando para vida!
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Curto circuito
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Cova coletiva
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
O ego, as mãos e a vida
sábado, 6 de dezembro de 2014
Carta para a mãe da gente que fica doente
Enquanto a gente raspava os seus cabelos, lembrei daqueles dias, em que sentada na tampa fechada da privada, aguardava impacientemente você me aprontar para mais uma festinha da escola. Eu ficava meio japonesa de tão puxados os cabelos num coque perfeitamente centralizado, que você ficava horas aplainando. E depois a maquiagem. Quando vejo as fotos da época, sempre me acho a cara do Ney Matogrosso, no Secos e Molhados. Não podia ser melhor.
Era um tempo muito bom. Com meu capacete de aço de laquê, era como se a vida tivesse a garantia que nenhum fio sairia do lugar. E se dependesse da sua base de gel Bozzano (nunca vou esquecer aquele cheiro) e dos jatos poderosos de laquê, nada nunca daria errado mesmo. Mas a vida não é a festa de final do ano do ballet da tia Paula Castro.
Um dia vem a perda, a mudança, nos outros vem a morte, e agora veio a sua doença. Te tirou os cabelos, mas não tirou a beleza, te tirou um pedaço, mas te deixou ainda mais inteira. Confesso que me tirou os papéis, eu sempre fui cuidada, e hoje, percebo que não sei como cuidar de você. E nem de mim, sem você. Eu tento apenas ser menos atrapalhada e te dizer as melhores coisas.
Hoje, só quero dizer que tudo vai dar certo. Logo, iremos rir de tudo isso. Será uma história de vitória contra um câncer. De um grande susto, de mais uma mudança repentina. Será mais uma das nossas histórias, em que, no final, todos acabam transformados, mas bem.
Estou aprendendo finalmente a lidar com a vida, e não mais brigar com ela. Tive muito medo de te perder e agora só posso agradecer que você vai ficar curada. Dessa forma, estou aprendendo a ser mais paciente, ser feliz. E finalmente, estou tentando ser resiliente, como os seus coques que, por mais que eu virasse de ponta-cabeça, sempre voltavam para o lugar, acredito que tudo vai ser como sempre foi: juntas, saudáveis e felizes.
Beijo,
Juju Balangandan
domingo, 26 de outubro de 2014
Meu não-lugar
Crenças inspiram e movem pessoas. Os verdadeiros líderes são porta-vozes de crenças. Entretanto, nesse processo de me tornar uma monstrinha tirana, estou desgastada e perdi o foco no que justamente acredito, ajudar as pessoas a interagir de forma colaborativa para que todos objetivos fiquem mais leves de serem alcançados.
Agindo tão mal, eu me sinto num grande não-lugar, como se estivesse numa enorme sala de espera, sem interagir de verdade com ninguém, folheando revistas sem interesse, apenas aguardando ansiosa que o tempo passe e as dificuldades terminem. É vergonhoso, eu sei! Junto com o tempo e as dificuldades a vida passa também, sem significado.
As crises na empresa, doença na família deveriam ser apenas oportunidade para treinar uma mente tranquila e paciente. Afinal, só a mente apaziguada alcança, segundo Buda, o desejo de todos os homens: ser feliz e parar de sofrer (e perder 5 quilos, eu acrescentaria).
Ainda preciso de muitas lições para avançar na riqueza dos ensinamentos da vida e torcer para não ficar de dp para a próxima encarnação.
domingo, 21 de setembro de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Portando a vergonha alheia
Sinto as minhas bochechas queimarem! E tenho a certeza que o bom senso da humanidade pediu portabilidade para outro planeta.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Sociedade de pessoas mortas
Adeus, Robin Williams! Encontre a paz.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Para vidas de pastel de vento
Não é fácil apontar quando esse maremoto de resmungos tomou conta do laguinho das minhas emoções. Mas o fato é que é preciso esforço grande para aquietar as ondas que perturbam qualquer possibilidade de clareza mental.
O emissário de esgoto mental uma vez aberto contamina outros pensamentos e ações. São pequenas violências de corpo, fala e mente repetidas à exaustão para ferir os outros e, principalmente, ferir a mim mesma. Tudo parece pior do que realmente é, as palavras são mais irônicas e insidiosas do que deveriam e me coloco em situações que só aumentam minha inquietação.
E não tem chocolate, roupa, viagem, Tinder, TV a cabo com 100 canais, balada que fechem esse enorme buraco cavado pelo egoísmo: eu quero, eu preciso, eu sofro, eu estou farta, eu não aguento mais. OK, falo por mim! A dona dessa vida de pastel de vento, que murcha quando qualquer pedaço é tirado do lugar.
Em um dos textos do seu blog, a Monja Cohen faz um questionamento. "Será que estamos conscientemente vivendo nossas vidas e direcionando nossos pensamentos, ações e palavras para o sentido de mudança que queremos e sonhamos? Mahatma Gandhi disse: "Temos de ser a transformação que queremos no mundo"".
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Audições de vô Acácio
Sergio Bittencourt
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
quarta-feira, 23 de julho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
Insinuação
Pina Bausch
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Tanto quanto
Você corre tanto e nunca tem tempo. Fala tanto o que pensa e se sente idiota. Faz tanta dieta e não entra na calça. Sente tanta saudade mas não telefona. Pensa tantas coisas que não realiza. Gosta tanto mas não demonstra. Coleciona tantas receitas mas não cozinha. É tanta coisa que a vida fica um tanto pequena.
Tanto querer é ser feliz quanto?
Tanto quanto ser feliz é querer menos.
terça-feira, 24 de junho de 2014
Por menos memória
Mas a grande diferença entre este planeta e o meu planeta natal é a memória. Os habitantes do meu planeta natal têm pouca memória. Quiçá por serem menos prolixos, por terem menos léxico, no meu planeta natal cita-se pouco. A memória, coisa a que nada escapa, é outro dos superpoderes deste planeta. No meu há menos memória, inventa-se mais. Inventam-se vidas, histórias, passados. É um planeta onde não há História, só há ficção. Todos os dias a História é diferente, reinventada".
Do Escrever é triste de Rakan Ben Zolof 25, codinome Pedro Bidarra
domingo, 15 de junho de 2014
A sós
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Era tão bonito andar na cidade de São-Pau-lo
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Guarda-sonhos
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Salva vida
Agarrou-se em exclamações e travessões, evitando as interrogações que afundavam. Flutuou até a orla de tudo o que não havia dito.
Largou-se sob o sol quente de parágrafos ordenados. Vomitou todas aquelas palavras que lhe sufocavam.
Sobrevive, sem a ajuda de ansiolíticos. Passa bem, ela acredita que um dia ainda vai acreditar nisso.
quarta-feira, 4 de junho de 2014
37 razões
São 37 motivos de desamor, listados num papel amarrotado, em caligrafia triste de caneta azul.
Revisados para que nenhuma de suas falhas perdoasse a minha saudade.
De cor, ação para te tirar do coração. Por que desamor é engenharia, enquanto amor é decoração.
Quase 4 dezenas de razões para me esquecer que não precisei de um motivo sequer para um dia amar você.
terça-feira, 3 de junho de 2014
segunda-feira, 2 de junho de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Píramo e Tisbe
- E eu, tenho o dedo tão podre para relacionamentos, que não adianta lavar, tem que arrancar mesmo - rebati.
Imediatamente, uma muralha de medos e frustrações cresceu sobre a mesa, segregando qualquer chance de felicidade. Cada um do seu lado, sorvendo golinhos de chocolate quente polvilhado de cinismo bem humorado.
Silêncios prolongados num fim de domingo gelado.
E as amoreiras não se tingiram de vermelho.
terça-feira, 27 de maio de 2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Plural de lágrimas: Mil-agri-mas
que do capim verde e cheiroso de outrora
não se poderá mais provar,
mas não se há de negar a contrapartida
com que, de certa forma, nos compensa a vida
se o capim de hoje não é tão verde
nem seu cheiro tão vigoroso,
não é menos valoroso,
de meu paladar, mudaram as diretrizes
e em meu capim, que só me oferecia a verdura,
com essa nova estrutura,
encontro novas matizes.
Grã
Esse texto lindo é meu por que ganhei de presente! E presente, a gente nunca diz que não precisava. Pega logo e sai rasgando o papel. Por que ganhar presente é melhor coisa que existe, ainda mais cheio de palavra bonita.
Muito obrigada! Diretamente de o mundo de Grã.
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Curral de lágrimas
Como um boi velho, cansado,
pacientemente a remoer,
que o capim verde, que come,
torna outra vez a comer,
hoje, velho, relembrando
minha alegre juventude,
tudo quanto já fruí,
como o boi, vou ruminando
o meu Passado saudoso,
que foi, em tempo ditoso,
o capim "verde" e cheiroso,
que quando moço, eu comi!
Mas, às vezes, a Saudade
acorda-me a Mocidade
com tanta exasperação,
que eu abro as duas porteiras
dos olhos, meu bom patrão,
e deixo que, atropelada,
saia, só numa arrancada,
toda a boiada das lágrimas
do curral do coração."
(Catulo da Paixão Cearense)
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Felicidade clandestina: beco com saída
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Bife de fígado mal passado
segunda-feira, 24 de março de 2014
Quando ser abduzido, virou bom negócio
Sabe a cotação do dólar, mas não imagina o preço do feijão. Defende o porte de armas, mas esculacha quem porta um baseado no bolso.
É moderninho, descolado, da balada, mas odeia gays e lésbicas. É negro e faz trabalho social, mas não sai dos Jardins por que São Paulo é violento.
Reclama dos preços de carros blindados, mas comemora quando a polícia mata seis no seu bairro. Defende linchamento de trombadinhas, mas ainda sonha com um mundo melhor para os seus filhos.
É a Marcha da Família Dando Ré e nos atropelando todos os dias. Além daquelas violências que pingam sangue no noticiário, são as pequenas violências de uma cidade cada vez mais retrógrada.
Alguém apaga a luz que esse mundo está uma merda! Volta e vamos recomeçar. Do começo.
quinta-feira, 13 de março de 2014
Compartindo as maluquices
Nunca encontrei definição tão boa para esse sentimento que me persegue desde criança: déficit de vivência. É a sensação de não estar vivendo na intensidade e quantidade suficiente o que a vida tem a oferecer. E já foram muitas noites, desde criança, que acordei angustiada por achar que a vida estava passando ao largo de mim.
Fiquei feliz hoje por ler um pequeno depoimento de outra pessoa que expressou tão bem o que eu sinto. Sempre julguei esse nível de angústia maluco e solitário. Mas bom saber que não estou só.
Falta treinar para mudar essa régua exigente. Não há medida certa para a quantidade ou intensidade. Há idéias preconcebidas de como eu gostaria que fosse. Mas crescer é descobrir que querer não é poder, ou nesse caso, viver. Ao menos, já começo a desejar aceitar com alegria, embora o sono ainda por vezes vá embora.
quinta-feira, 6 de março de 2014
Naufragiando
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Adeus meu docinho de goiaba
Não sei por que você gosta tanto de roupa preta. Ouvi minha avó, enquanto me olhava no espelho. E vi uma saudade ainda fresca por sua partida. E assim, um rosário de suas falas se repetiram na minha lembrança. Por que você não corta um pouquinho esse cabelo? Gosto de te ver de saltinho.
Vão as pessoas, ficam as palavras, ecoando no vazio que elas deixaram um dia. Queria encontrar um jeito de arrumar tanta palavra querida. Dispor em vasos mesmo aquelas que racharam. E pendurar em bonitas molduras toda palavra que me foi cara.
Vó, suas palavras guardaria na cozinha. Docinhos de goiabinha, bolinhos de carne, minha casa, pãozinho com molho, xicarazinha de água de arroz, o Rafa era bonzinho, nêga, Daniel era triste, panelinha de ferro, gelinho de laranja, seu avô, minha neta.
Desculpe, vó, se eu misturo suas palavras às tantas gulodices deliciosas que você fazia. Mas onde eu mais gosto de imaginar suas palavras são naquela sua cozinha minúscula debaixo da escada da sua casa.
Era a terceira cozinha que você fez o vô construir na casa. A menor de todas para não dar tanto trabalho de limpar. Cabiam no máximo duas pessoas. E ali naquele cubículo, você era tão feliz. Reinando entre suas panelas.
Pena que um dia a vida te tirou do seu mundinho. Outras cozinhas e menos receitas. E você foi perdendo por esse mundão a alegria das palavras meladas e cheias de diminutivos.
Espero, onde quer que você esteja, que retome a receita da sua felicidade. Mas que ela seja muito maior que qualquer espaço.
Seja muito feliz, não tenha medo, siga em frente! Eu te amo para todas as vidas.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
domingo, 16 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Morar sozinho, a solidão não mata. Mata é não conseguir abrir o vidro de palmito. Ou cortar o dedo e esguichar sangue por toda casa, sem ninguém para procurar um band aid. Ou ter a maldita pia cheia de louca sem ter com quem discutir quem vai lavar.
Do mais, é só um jeito de morar. Palavra de quem morou junto e foi solitário.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
exposta
domingo, 12 de janeiro de 2014
Felicidade clandestina... domingo de manhã
Gosto de pão de queijo quente com requeijão escorrendo. Cheiro de café novo. Na televisão, programas de culinária de receitas que não serão colocadas em prática. E um desejo que estes momentos não terminem nunca.
Domingo de manhã é felicidade.