terça-feira, 6 de novembro de 2012

E eu lembrei da minha Caloi

Com uns sete anos tirar rodinhas da bicicleta Ceci foi um drama. Meu tio ganhou dois meses de academia grátis. Em corridas incansáveis ao meu lado, ele me amparava para seguir sem aquele apoio para criancinhas, durante as férias de verão. 
 
Muitos joelhos ralados depois, confesso que ainda ando muito mal de bicicleta, mas sem rodinhas. E vou amar meu tio por toda vida por tanta paciência dedicada.
 
Agora quero deixar as minhas rodinhas de mulher escaldada. Estou cansada de terapias, conjecturas, temores e mil planos do Cebolinha para não me ralar mais. Embora cercada de gente muito querida, incluindo um homem muito amado, essas rodinhas tenho que largar sozinha.
 
Eu me sinto feliz nesses dias de novas tentativas, mas completamente apavorada. Um ventinho no rosto, a felicidade da liberdade cambaleante e ainda escuto a voz do meu tio correndo ao meu lado: "agora vai sozinha, Ju".
 
Buda e todos os seres iluminado me amparem nos ralados, que eles sirvam para me fazer alguém melhor. Ou quem sabe eu nem me rale mais.

Quem sabe?

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