Escreve quem precisa desvencilhar-se de si. É
esgotar perguntas sem respostas pelo cansaço de organizar palavras.
É estiolar pensamentos compulsivos. Sufocar
ilusões em palavras daninhas. É podar a planta para que o caule torne-se tenro
e as folhas vigorosas. Jardinar a mente e florescer a alma.
É arqueologia da vida, escavando a poesia
soterrada por eras dia a dia. Porque, as vezes, é preciso se desenterrar para
não virar um dinossauro..
Começa como sobrevivência. Sem teorias, a
cura é poesia. É a válvula que precede o escape. A salvo o autor, a escrita
está livre para a literatura.
É fazer despacho de palavras, na encruzilhada
de parágrafos. É distribuir oferendas de frases. Traz de volta a pessoa amada.
Nesse caso, o próprio autor.
Escrever é transbordar a alma. Transbordo com a violência de cheias de fim da tempestade. Não cabe em comportas de fingimento.
Sobram os leitos da prosa débil. O seu percurso irriga campos e busca desaguar em mares de calmaria. O percurso é cumprido por navegantes que se arriscam em águas turvas.
Escrevo para que eu escute a música que toca aqui dentro. E para que talvez lá fora, alguém também escute. E quem sabe até cante comigo, me ajudando a desvendar trechos da letra que não entendo...
Escrevo como quem luta para preservar a fonte cristalina ameaçada pelo desejo de esgotar o ser.
Sobram os leitos da prosa débil. O seu percurso irriga campos e busca desaguar em mares de calmaria. O percurso é cumprido por navegantes que se arriscam em águas turvas.
Escrevo para que eu escute a música que toca aqui dentro. E para que talvez lá fora, alguém também escute. E quem sabe até cante comigo, me ajudando a desvendar trechos da letra que não entendo...
Escrevo como quem luta para preservar a fonte cristalina ameaçada pelo desejo de esgotar o ser.
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