segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Peggy Sue, c´est moi

Peggy Sue, seu passado a espera, como eu gosto desse filme. Não por que eu tenha pretensões de poder escolher mudar o meu passado. Mas quero conseguir mudar o meu presente, mesmo que o passado viva à espreita.
 
Dizem que na crise a gente cresce. Só sinto que na crise a mar de merda é que cresce para nos engolir. Segura, Berenice, que só o tempo cura. E talvez reviver acelere o processo. Reviver sensações de medo, raiva, dúvida, solidão. Enxergar em você, no outro, tudo aquilo que se teme. É uma teoria persecutória delirante, mas completamente intoxicante.
 
Reviver situaçãoes de crise tem a vantagem de ser facilitado pelas ferramentas que você já se lascou para desenvolver um dia. Você exibe com orgulho aquela machadinha tosca de lucidez que você esculpiu num passado não muito distante. Mas há que se encarar certos vícios de julgamento e um cinismo mórbido diante da vida difíceis de combater.
 
A maior vantagem é que você grita menos, debate-se menos. Você já sabe que ganhar ou perder envolvem milhares de variáveis. O seu controle mediante à vida é comparável ao de uma criança de 5 anos assumindo o volante de uma Ferrari.
 
E  vou pirando entre escolher usar as armas patéticas que um dia já me defenderam, ou identificar se o inimigo não sou eu mesma. Ou se existe de fato um inimigo. É um misto de exército de Brancaleone com Alien, o monstro está dentro de você, sua louca.
 
Se eu fosse a Peggy Sue, apenas quebraria a cara de todos os filhos da mãe que descobri no futuro. Por vezes a violência me parece tão redentora que faz corar todos os meus atributos éticos desenvolvidos nas chatíssimas discussões intermináveis, que me faziam delirar, nos meu anos de bicho-grilo-aluna-da-PUC. É a vida.

2 comentários:

  1. A grande vantagem da repetição é que realmente nos debatemos menos... Mas ainda assim a dor e o incômodo são tão grandes quanto se fosse a primeira vez.
    Inevitável.
    É a vida mesmo.
    Bjs

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  2. Não sei se tão grandes de fato ou super dimensionados pelo medo. Dúvidas, interrogações!! Arriba eu, que tô em crise. Bjs, Mima.

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