quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Em crisálida me sonhei

Borboleta de rosa cor lembrança, no lençol que me cobriu menina. Eu me senti tão trapo velho, quando o encontrei no quarto antigo. Admirei as asas de sonhos ingênuos. E impresso no pano senti o cheiro morno de casa de mãe.

E eu que tento parecer tão fodona, mulherzinha,  meio loura, meio descolada, fiquei desbotada de saudades daquela criança.  Tão bobinha acreditava que hoje já seria uma borboleta. Mas ainda é lagarta ávida por novos dias, novos sonhos, novas paisagens que me acalmem dos meus medos, das minhas confusões.

Um dia ainda ressucito de vez. Mas se puder escolher, hoje prefiro renascer vaga-lume. Borboletas são só para meninas.

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