A melancolia é pontual. Aguarda as horas mais quietas do dia para enroscar no pescoço da gente a impedir o ar. Mudem os dicionários pois não está justo levar mel no nome um sentimento que salga as vistas e amarga a boca.
Adianta os relógios, esconda o choro. Mas melancolia não falha. Roda lembrança remasterizada e recolorida. E quem disse que escapa de dar uma espiada?
Ai, melancolia, dá um tempo. Hoje, eu só preciso estudar estatística. Nada de saudades ou lágrimas que eu ainda preciso lavar a louça. Nada de vontade de gritar,tenho que estender a roupa. Nada de deprimir que amanhã levanto para trabalhar.
Tropeço em você pelas ruas de mão estendida a agarrar minhas pernas a tropeçar. E me pego falando de você, sem ninguém para conversar. Meus pensamentos dublados, é você sem nenhum talento.
Só me resta escrever, escrever, escrever. Para separar o sal e só sobrar o mel do que é, e não do que poderia ter sido.
Vai te catar, melancolia!
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