domingo, 1 de dezembro de 2013

Disque-renúncia

Procura-se sentido novo em palavras antigas.  Recompensa-se bem por qualquer descoberta.

Releio centenas de vezes as mesmas mensagens, como, se ao insistir, elas pudessem me dizer algo diferente.  Mas elas me dão as mesmas respostas triviais.

A história deixada se resumiu em SMSs, Whatsupp e e-mails banais.  Quer que eu passe na padaria? Meu dia está osso. A conta do celular. Mais uma briga. A troca do chefe. Uma gracinha. O resultado da prova.

E um simples clique, delete. Renunciamos a tudo aquilo que a gente não escrevia. Por que do que importava agora só restou palavra.

Tolo, bixuruco, funcho, do manhado... Vão-se as  pessoas, ficam as palavras doendo até se calarem.

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