quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pelo muro da escola

No intervalo da aula, pulava o muro da escola e atravessava a rua até o clube atlético para ver os meninos na aula de natação. Uma aventura que repetia todas as terças-feiras. Ansiava por aquele momento, com um frio na barriga que explodia quando o sinal tocava.


Ofegante, observava corpos quase tão infantis quanto o meu. Músculos ristes, em posição, um mergulho profundo. Braçadas duras, pernas em movimento. Uma sensação inquietante dominava o meu corpo.


Suada, corria de volta à aula e afogava meu iniciante desejo. A semana seguia. Voltava à amarelinha, mãe-da-rua e pique-esconde. Mas na terça-feira, o frio na barriga retornava.


Foram muitas travessias entre o muro e a minha infância. Sinto o cheiro de cloro, o barulho na água e o sinal da aula me alertando. Hoje, percorro a lembrança e não encontro o caminho de volta.



Obs.: Esse é o resultado de uma oficina literária que um querido amigo me levou, há algum tempo atrás. Aceito as críticas, como boa escritora iniciante.

4 comentários:

  1. Adorando ler seus contos todas as manhãs...resgatando a ternura da infância o resto do dia. Continue...
    Cafi

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  2. Obrigada! Um incentivo logo cedo é sempre muito bom.

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  3. Que você inesperadamente, seja flechada...
    http://www.youtube.com/watch?v=OGZJE-5w3gI


    e tenha um lindo final feliz!
    Cafi e torcida

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  4. Hum, seria tão lindo... Mas fala baixo: que medo dessa flechada! Um lindo final feliz para todos!!

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