quarta-feira, 7 de abril de 2010

A ameixeira e o muro

- Meu pai, não corte a ameixeira!
Meu corpo magro se interpunha entre a árvore enorme e um machado escuro. Ele me olhou ressabiado. Não disse palavra. Abaixou o cabo e saiu ruminando.

Naqueles poucos segundos, uma enorme distância ficou clara entre nós. Ele um homem prático, duro. Eu, apegado à mãe, livros, fantasias. Não me senti vitorioso ao deter o machado de meu pai.

No dia seguinte, quando voltei da escola, a árvore jazia. Espiei meu pai que esboçou um sorriso de vergonha. Valente, a ameixeira tombara mas derrubara o muro.

Obs.: Esse é o resultado de uma oficina literária que um querido amigo me levou, há algum tempo atrás. Aceito as críticas, como boa escritora iniciante.

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