quarta-feira, 28 de abril de 2010

Chama o DDDRIN

Hoje me vi numa situação difícil. Sem querer, pensei em ligar para o falecido para me apoiar. Foi uma volta no tempo, como se todo horror não tivesse ocorrido. Daí me lembrei que ele não havia mais. Não pude conter um choro tremido pela minha viuvez sem lápide.

Já me perguntaram como consigo ainda sentir amor depois de tanta maldade. É algo muito maior que eu, transcende ações e tempos, ou talvez seja apenas apego a um passado, uma ilusão inexistente.

Sou a viúva de um vivo.

Fui à terapia e, por uma belíssima sacanagem dessa vidinha, o falecido se consultava na sala ao lado. Uma reles parede me separava do assassino dos meus sonhos coloridos como castelos da Barbie. E não senti nenhuma vontade de encontrar aquele avatar. Meu amor ficou preso numa figura morta, lá no passado.

Como se extermina esse amor?

P.S.: Montei o castelo da Barbie princesa e me vi a Barbie separada, só que o Ken era um sacana e pé rapado. Nem fiquei com os acessórios dele e ainda assumi as contas residuais desse bonequinho com jeito de boiola.

2 comentários:

  1. Minha linda, o amor não se extermina se transforma. Ainda bem que sente amor por sua história. Se Ken está em terapia, também demonstra sofrimento por destruir os próprios sonhos ou nem tê-los, por ser inconstante, por não saber doar-se, mas essas misérias humanas não surgiram agora, já estavam lá, frutos da vivência dele que de certa forma respingaram em seus sonhos de menina. O amor adoeceu, agora cuide da alma, cure seu ser, cair e levantar fará parte, equilíbrio requer movimento!
    Pra você que aprecia Clarice Lispector, peguei emprestado pra te dar:
    "As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos".
    Luz pro seu caminho...
    Cafi

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  2. Cafi,
    Ganhar uma Clarice no final do dia é demais de bom! Adorei o presente.
    Obrigada.

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