sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Zécutiva: roupa suja a gente fala mal em casa

Sinto frio na espinha toda vez que sou solicitada a dar referências de ex-funcionários para possíveis contratantes. À parte os casos de pessoas com comportamentos condenáveis gritantes - falta de ética, falta de compromisso, desrepeito - detesto esse poder de interferir na avaliação de outra pessoa. Alguém que não se adapta num contexto, pode muito bem ser a solução em outros lugares.

Assim como nos casamentos, a maioria dos contratos termina por que alguma coisa deixou de funcionar. Mas falar mal de ex a gente só faz entre amigos. A não ser aqueles casos que o ex é a encarnação do traste.

Redes de relacionamento profissional, sites de empregos dão espaços para que profissionais referenciem-se uns aos outros. É um banho de elogios. Nunca vi ninguém comentar: fulano atrasava todo dia, tinha problemas de relacionamento terríveis com a equipe, não respeitava prazos. É só babação de ovo.

São frequentes os casos em que me sinto ex-mulher com poder de decidir o destino de ex. É só um gaguejar de palavras muito bem medidas, quando o ex-funcionário não cometeu nenhum pecado capital, apenas não rolou por uma divergência de interesses. Além disso, se uma pessoa que trabalhou há 5 anos atrás comigo pode ter melhorado, piorado e até mudado de sexo. Quem sou eu para condenar ou promover um ser por um intervalo de tempo que convivi com ele no passado?

Não significa que seja uma santa com a equipe. Em geral, tenho que me controlar para não criticar exageramente, não ser dura. Mas é sempre aquela história, roupa suja se lava em casa. Se for lavar em outro tanque, fica de olho por que não serei eu a apontar as manchas.

2 comentários:

  1. Eu discordo. ja deixei ed contratar funcionarios por feedbacks que recebi de ex empregadores. Em muitos paises e ilegal mentir na referencia.
    Eu so em atenho a fatos, deixo opinioes de lado.
    O cara atrasava, maltratava clientes, se dava mal com outros funcionarios? O futuro empregador tem o direito de saber.

    E cabe a ele tomar a decisao que melhor lhe apetecer. Eu ligo e respondo a todas as chamadas pra referencia.

    A minha roupa, eu quero lavada pela coletividade.

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  2. Inaie, você tem toda razão! Há os casos de comportamentos condenáveis gritantes.

    Obrigada pelo toque, texto mereceu edição mesmo.

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