sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Arriando as calças da consciência

Embora exiba renovadas idéias e comportamentos, como roupas novas e descoladas, ainda me frustro quando me deparo com as calcinhas furadas dos meus mais antigos desejos. São peças vexatórias e puídas. Mas são confortáveis. Ou recebidas de alguém em algum momento e guardadas no fundo da gaveta. Como aquele presente de tia, que você nunca vai usar, mas não doa achando que um dia vai encarar.

Toda vez que arrio as calças da minha consciência, eu me envergonho. Ela é brega e completamente fora de moda. Insiste em uns modelões de arrepiar qualquer bom senso.

 

Um comentário:

  1. adorei o texto...e ja vou correndo fazer uma faxina na minha gaveta de calcinhas e na minha alma, cheia de pensamentos inconfessaveis!

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