Sabe a cotação do dólar, mas não imagina o preço do feijão. Defende o porte de armas, mas esculacha quem porta um baseado no bolso.
É moderninho, descolado, da balada, mas odeia gays e lésbicas. É negro e faz trabalho social, mas não sai dos Jardins por que São Paulo é violento.
Reclama dos preços de carros blindados, mas comemora quando a polícia mata seis no seu bairro. Defende linchamento de trombadinhas, mas ainda sonha com um mundo melhor para os seus filhos.
É a Marcha da Família Dando Ré e nos atropelando todos os dias. Além daquelas violências que pingam sangue no noticiário, são as pequenas violências de uma cidade cada vez mais retrógrada.
Alguém apaga a luz que esse mundo está uma merda! Volta e vamos recomeçar. Do começo.